quarta-feira, 2 de março de 2011

Efeito Borboleta

Se, em certa altura, eu tivesse me voltado para a esquerda em vez da direita.  Se, em certo momento, tivesse dito sim em vez de não ou não em vez de sim.  Se, em certa conversa, tivesse dito as frases que só agora, no meio do sono, elaboro. Se tudo isso tivesse sido assim, seria outro hoje, e talvez o universo inteiro seria outro também.

(Fernando Pessoa)




Amargas conjecturas. Mas o que são escolhas certas e quem é que sempre as faz? Mais um pouco e também começaria a sentir pena de mim mesma. Pensei em todas as bobagens que fiz, nas perdas que contabilizei, no que deixei de ganhar nas lutas que não lutei. Sonhos que sonhei e decidi que eram apenas sonhos. Por isso deixei que se diluíssem num oceano de quimeras, que é para onde vão todas essas águas da imaginação que não ousamos navegar na realidade.

 
O passado jamais voltará e o futuro é uma incógnita. Aliás, é muito bom que na composição estrutural do universo exista um princípio chamado incerteza. Nunca saberemos o que o momento seguinte nos reserva. Por outro lado, só poderemos voltar ao passado se um dia conseguirmos nos deslocar mais rápido do que a luz. Como essa é uma possibilidade matematicamente improvável, acho que posso dormir tranqüila.

 O princípio da incerteza foi a melhor descoberta que os cientistas do átomo até hoje já fizeram. Nunca saberemos o que o futuro nos reserva porque jamais poderemos calcular em que lugar do tempo e do espaço estaremos no momento seguinte. Nós nos movemos junto com o universo e ele é como uma bola que uma criança chuta a esmo. Somos o que fazemos em cada momento, por isso somos diferentes. O resto? Ah, o resto é só filosofia. 



Gabi Roldão.

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