terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Três Metros Acima do Céu


' de uma coisa Step tem certeza. Aquele cara jamais poderá amá-la como ele a amou. Não poderá adorá-la do mesmo jeito, não será capaz de perceber todos os seus mínimos movimentos, os pequenos trejeitos do rosto dela. É como se só a ele tivesse sido concedido ver, conhecer o verdadeiro sabor dos seus beijos, a verdadeira cor dos seus olhos. Nenhum homem poderá jamais ver o que ele viu. E aquele cara menos do que todos. A figura real, tosca, inútil, material. Imagina-o assim, incapaz de amá-la, desejando apenas o seu corpo, incapaz de vê-la de verdade, de entendê-la, de respeitá-la. Não vai saber apreciar os seus doces caprichos. Não vai amar a sua mão pequena, as unhas roídas, os pés meio gorduchos, a pequena pinta um tanto escondida. Poderá até ver aquele pontinho preto, é verdade, mas jamais amá-lo. Não do mesmo jeito.'


(Federico Moccia)

Desejos


Quero tudo novo de novo. Quero não sentir medo. Quero me entregar mais, me jogar mais, amar mais. Viajar até cansar. Quero sair pelo mundo. Quero fins de semana de praia. Aproveitar os amigos e abraçá-los mais. Quero ver mais filmes, ler mais. Sair mais. Quero não me atrasar tanto, nem me preocupar tanto. Quero morar sozinha, quero ter momentos de paz. Sorrir mais, chorar menos e ajudar mais. Quero ser feliz, quero sossego. Quero me olhar mais. Tomar mais sol e mais banho de chuva. Preciso me concentrar mais, delirar mais. Não quero esperar mais. Quero fazer mais, suar mais, cantar mais e mais. Quero conhecer mais pessoas. Quero olhar para frente. Quero pedir menos desculpas, sentir menos culpa. Quero mais chão, pouco vão e mais bolinhas de sabão. Quero ousar mais. Experimentar mais. Quero menos ”mas”. Quero não sentir tanta saudade. Quero mais e tudo o mais. E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.


- Fernando Pessoa.

Da categoria SONHOS:

Veja bem,


de tudo, ficaram três coisas: a certeza de que ele estava sempre começando, a certeza de que era preciso continuar e a certeza de que seria interrompido antes de terminar. Fazer da interrupção um caminho novo. Fazer da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sono uma ponte, da procura um encontro. 


(Fernando Sabino)

Fico pensando...


que depois de tanto procurar perfeição, eu descobri que minha maior qualidade era mesmo ser assim, imperfeita.

Gabi Roldão.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Palavras de Mário Quintana


                

A princípio bastaria ter saúde, dinheiro e amor - o que já é um pacote louvável - mas nossos desejos são ainda mais complexos. Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis. Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica e uma temporada num spa cinco estrelas. E quanto ao amor? Ah, o amor… não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar a luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito. É o que dá ver tanta televisão. Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista. Ter um parceiro constante pode ou não, ser sinônimo de felicidade. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com um parceiro, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio. Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade. Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar! É importante pensar ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz - mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se. Invente seu próprio jogo. Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade. Ela transmite paz e não sentimentos fortes, que nos atormenta e provoca inquietude no nosso coração. Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade.

E quando você precisar de alguém, meu coração não vai te negar abrigo.




Talvez eu ame. É, talvez eu ame mesmo você. Talvez ainda pense em você algumas vezes e talvez teu nome ainda apareça no meio de uma das minhas orações - na lista dos que eu peço a Deus pra cuidar quando eu não puder fazê-lo. Talvez eu ainda lembre do seu sorriso, do seu cheiro e do seu cabelo bagunçado pela manhã. Talvez eu sinta saudade e vontade de discar teu número só pra ouvir tua voz. Talvez eu ainda dê gargalhadas sozinha, lembrando das suas caras e bocas. Talvez eu ainda chore, vez ou outra, lembrando do mal que me fez. E talvez também eu ainda me arrependa das vezes que te fiz chorar. Talvez um dia eu entenda como é que pode existir amor sem existir presença. Talvez um dia eu saiba explicar porque amor de verdade não acaba de fato, mas se transforma. Talvez eu compreenda porque, mesmo te amando, eu não te quero por perto. E talvez, quem sabe,  eu consiga entender porque eu ainda me vejo disposta a estender a mão e dar amor à alguém que não faria o mesmo por mim. 


Gabi Roldão.