segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Amar(guradamente)


Não posso mais ser sorriso e lágrima em tua face, amor. Então, relutantemente, optei por te observar de longe, te cuidar em pensamento. E mesmo que o silêncio, os caminhos e a ausência - que agora é tudo o que tenho a oferecer-te - se interponham entre nós, te peço: não se esqueça que jamais morrerá em mim o desejo de te ver brilhar tal como o anjo que és. Deixo-te tudo, mas te levo comigo, em memória - na lembrança que te eternizou em cada detalhe minucioso, para que, na minha noite mais escura eu te recorde. Pra que eu veja teu semblante resplandecer em meio à escuridão, com teus olhos enormes que são verdadeiros faróis: mesmo distantes, mostram-me a direção. E somente isso, somente vislumbrar-te já me será suficiente para encarar com bons olhos um outro dia que alvorece em penumbra. Pois tu fois (e sempre será) parte de tudo aquilo que me tornou forte. Tornei-me forte quando soltei-te as mãos para não me ferir. E tornei-me mais forte ainda, quando consegui amar-te em silêncio e conviver com isso sem dor. 

— Lilian Alves

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