quarta-feira, 12 de outubro de 2011


Mas acontece tipo assim: lembro do seu rosto, do seu abraço, do seu cheiro, do seu olhar, do seu beijo e começo a sorrir, é assim mesmo, automático, como se tivesse uma parte do meu cérebro que me fizesse por um instante a pessoa mais feliz do mundo, mas que só você, de algum modo, fosse capaz de ativar. Eu sei, é lindo. Mas, logo em seguida, quando penso em quão longe você está, sinto-me despedaçar por inteira. Isso não acontece sempre, mas acontece toda vez que lembro da distância e de que aquilo tudo se tornou um nada permanente. Sabe a sensação de arrancar um doce de uma criança? Pois é, nessas horas eu sou essa criança. E dói. Mas eu sigo assim, penso em você, sorrio, sofro por uma fração de segundos e rezo, peço pra Deus cuidar da gente, amenizar essa dor e trazer logo a minha cura.  (Caio Fernando Abreu)



Nenhum comentário:

Postar um comentário